O projeto começou de repente. Realizado na Escola Estadual Roque de Castro Reis, sua idealizadora é a professora de artes Lilian Beato que passou o filme animado, Rio, para os alunos do ensino médio. A ideia era estudar a biodiversidade da Mata Atlântica, a conscientização e o incentivo a preservação da natureza, e o filme foi inspiração.
O projeto foi crescendo e outros professores foram se interessando, como os de Biologia, Química e Matemática. Em Biologia eles estudavam as aves da mata: seus hábitos, o que comem, o nicho ecológico e também a extinção de muitas delas. Dentro desse tema e também da reciclagem a professora de Matemática estudou com eles gráficos, porcentagem e parábolas, para análise de dados. Outra disciplina se unia ao projeto, a língua portuguesa. A professora trabalhou com os alunos através de redação.
Três etapas foram essenciais para a realização do projeto. A primeira foi a fabricação de papel reciclado: com a professora de Química e alunos bolsistas do subprojeto Matemática e física do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) algumas turmas fabricaram o papel com telas também confeccionadas por eles mesmos. A segunda etapa foi a pintura de telas sobre a flora e fauna da Mata, essa etapa foi especialmente inspirada no filme Rio: as salas da 1ª série pintaram a fauna da mata e as salas da 2ª série a flora. A 3ª série fez um pouco diferente: coletou fotos de plantas existentes na Mata. Para finalizar os trabalhos foram devidamente expostos, realizando assim a 3ª etapa: a escola foi enfeitada com arranjos de plantas originárias da Mata Atlântica além dos quadros pintados e de salas interativas. O evento foi aberto a comunidade escolar: alunos, professores, funcionários e pais. Os responsáveis pelo projeto tiveram grande satisfação com a participação dos convidados: os alunos e professores não inclusos no projeto e os funcionárias participaram ativamente das atividades, não somente como telespectadores (isso pode ser feito através das salas interativas).
As salas interativas ganharam o nome de Sala das Sensações. Alunos e professores montaram a sala com materiais como areia, pedra, folhas secas, garrafas pet, serragem e papelão, além do som ambiente imitando a água, pássaros e alguns outros animais encontrados na mata Atlântica. A grande ideia era que os visitantes deviam entrar descalços e vendados para poderem ter a sensação de como é estar na Mata.
Foi uma grande comoção pela escola: alunos, professores e funcionários. Todos participavam do projeto desde a pesquisa, passando pela montagem e finalizando com as apresentações. No final do semestre a escola foi aberta à comunidade escolar para conhecerem o projeto apresentado pelos próprios alunos.
O projeto foi muito bem pensado e organizado, isso fez com que os alunos não tivessem grandes dificuldades ao longo da montagem. Os próprios alunos relatam que os professores apoiaram de todas as maneiras que puderam, auxiliando e guiando nas pesquisas, tirando todas as dúvidas e dando suporte, uma vez que os alunos mal conseguiam fazer uma pesquisa para apresentar em sala aos colegas. A professora idealizadora acompanhou todas as etapas do projeto bem de perto, mesmo as que não cabiam a sua disciplina.
Grande é a emoção que se vê nos alunos e o orgulho ao contarem sobre o seu projeto. Eles começaram sem muita perspectiva e conseguiram alcançar um nível em que a nota que recebiam já não era o que valia mais, mas sim a gratificação pessoal e a realização de algo que eles relatam que não imaginariam que poderiam fazer um projeto tão grandioso e que teriam o apoio e todo o respeito vindo da comunidade escolar.